UMBRO TEAM PORTUGAL

Vila Real de Santo António, Faro, 20 Mar (Lusa) - Os colegas baptizaram-no de "sexy bomb" por ir aparecer de corpo inteiro nos cartazes do próximo Mundialito de futebol, competição que se vai realizar na cidade algarvia de Vila Real de Santo António.
Mas Pedro Carneiro, com 10 anos e a jogar nos infantis do Benfica, está mais preocupado em dar o melhor em campo no torneio, que termina no próximo sábado.
"Ele (Pedro Carneiro) joga desde os sete anos e treina três vezes por semana, das 17:30 às 19:00, no Benfica, além dos jogos que tem quase todos os sábados", conta à Agência Lusa Paula Zêzere, mãe do pequeno "lampião" e formada em Psicologia.
Paula Zêzere admite que se "trata de um investimento" na vida do filho e que o desporto de competição assim o exige, contudo~, reconhece também a dificuldade em gerir o "tempo de descanso, o tempo de estudo e da escola", o "tempo com a família" e, principalmente, o tempo de preparar o filho para o "saber perder".
"Saber ganhar é fácil, mas aprender a perder também é importante", frisa a psicóloga, reconhecendo que existe um esforço tanto das direcções dos clubes, como dos treinadores e da família para se articularem e "trabalharem em conjunto as expectativas e o ganhar e perder" com os futuros futebolistas que levam treinos e jogos muito a sério.
A selecção nacional deu terça-feira uma "coça" aos norte-americanos L. V. United com uns "brilhantes" 12-0, enquanto quarta-feira tornou a vencer, desta vez apenas por 2-0, a equipa da Isla Cristina Futebol Clube.
O grande objectivo daqueles talentos de palmo e meio é, todavia, tornarem-se jogadores internacionais nas melhores equipas mundiais.
José Postiga, 11 anos, irmão do jogador Hélder Postiga (Panathinaikos, Grécia), já deu 91 toques de cabeça dentro da piscina e admitiu que gostava de jogar um dia no clube inglês do Manchester United, "porque é o melhor".
Já o jogador do Imortal, André Paulo, 11 anos, afirmou que gostaria de jogar no Benfica e que Cristiano Ronaldo é dos jogadores favoritos da actualidade, preferência partilhada com Maxence Parente, 12 anos, a jogar no Grenoble (França), filho de pais emigrantes.
Maxence Parente confessou à Lusa que, quando tivesse 20 anos, gostava de jogar no Manchester, "porque tem muitos adeptos e um bom estádio".
Conhecido pela façanha de dar 170 toques de cabeça seguidos e 1.200 toques com o pé também de uma só vez, Maxense, filho de pais emigrantes em França, joga no Grenoble e desde os quatro anos que pratica futebol.
Os pais do pequeno talento, Sophie e Nelson Parente, garantem contudo que os estudos estão em primeiro lugar e que Maxence tem sido sempre um aluno brilhante na escola.
"É uma criança muito madura para a idade que tem e por isso é fácil conjugar a escola com o futebol", argumenta a mãe do jogador, afirmando que o filho se pode definir como uma criança muito "voluntariosa" e "séria".
O pai, por seu turno, afirma que para não causar stress e pressão ao filho nunca vai ver um treino para não o constranger, mas fala com o "mister" para saber da evolução do filho, porque assevera que irá incentivá-lo e acompanhá-lo até onde "a paixão pelo futebol o levar".
João Leite (a jogar no Oeiras), André (Marrazes, Leiria), Isaac (Carregado), Clever (Fair Play, Guimarães), Maxence (Grenoble, França), Gonçalo Pessoa (Naval 1º de Maio, Figueira da Foz), Jordan (Barreiro, Açores), Ruben (Benfica), José Postiga (Varzim), Pedro Carneiro (Benfica), Tiago (Vizela) e André Paulo(Imortal) dão corpo à selecção nacional "Umbro Team", da Foot 21, um dos patrocinadores do Mundialito.
Todas aquelas potênciais estrelas do futebol internacional são "seguidas" nas bancadas por "olheiros" dos grandes clubes portugueses e Bruno Maruto, coordenador de prospecção de jogadores no Benfica, refere que a maioria deverá seguir para o clube.
O treinador desta selecção infantil, Edgar Cardoso, explicou à Lusa que a equipa está muito motivada e que treina uma média de três vezes por semana durante hora e meia, mas observou que a escola é "mais importante que os treinos" e faz esse aviso aos pais, o que leva a que por vezes os pequenos jogadores tenham de faltar aos treinos para estudar.
As notas escolares dos pequenos jogadores são pedidas aos pais para que o treinador tenha conhecimento da evolução intelectual dos "seus" meninos.
Para já, o "sexy bomb" e todos os compinchas de equipa avançam destemidos como verdadeiros profissionais tanto nos bancos da escola como dentro das quatro linhas.
CCM.